Desde setembro de 2017, um grupo de empresários, gestores, consultores de empresas e simpatizantes da EdC, começou a reunir-se mensalmente para aprofundar as práticas administrativas segundo a lógica EdC.
por Roberta Sferrazzo
Sexta-feira, 20 de abril em Nantes, os participantes foram convidados a refletir, sob a orientação de Anouk Grevin, as lógicas a serem adotadas para administrar uma empresa no espírito da Economia de Comunhão. De modo especial, os empresários e os gestores presentes foram motivados a indagar se, em suas empresas, já foram adotadas práticas de gestão desse tipo, de maneira que pudessem compartilhar com os outros participantes as suas experiências concretas.
Foi muito bom ouvir aquele longo compartilhamento de experiências empresariais e pessoais ligadas ao espírito da EdC que se seguiu: no encontro anterior Anouk Grevin tinha convidado os presentes a refletir sobre “como viver a dimensão do dom dentro das empresas”, perguntando-se “se uma empresa está realmente disposta a doar” e alguns empresários levaram muito a sério a atribuição.
De fato, um empresário, durante o mês, decidiu refletir junto com sua equipe sobre como é possível “sentir-se em harmonia” com aquilo que se faz na empresa e, portanto, no trabalho, no espírito da unidade que é típico da EdC, baseado na confiança recíproca, e sobre se sentir no próprio lugar com aquilo que se faz. Resumindo as respostas dos membros de sua equipe, a constatação principal que nasceu foi de conceber as empresas como lugares onde as pessoas podem crescer juntas e onde pode exister a comunhão. Compartilhando, em seguida, a sua experiência pessoal feita na empresa, ele afirmou que para um empresário, adotar uma lógica de orientação típica da EdC significa saber delegar, saber criar espaços para uma troca de experiências interpessoal e ser capaz de investir na “inteligência do coração”.
Outro empresário mencionou aos outros participantes as palavras que vieram à sua mente, pensando nas práticas de gestão da EdC em ato na sua empresa, ou seja: confiança e verdade. Contou ainda que, muitas vezes, se encontram/desencontram com os limites de quem tem diante deles e que, ao mesmo tempo, esse encontro/desencontro com o outro permite enfrentar os próprios limites. Dessa forma, os limites pessoais, paradoxalmente, tornam-se um ponto de encontro com quem está ao seu lado no caminho da vida e também no seu traballho.
Compartilhando, pois, as observações recolhidas em empresas de EdC de vários países, Anouk Grevin levou os participantes a refletir sobre algumas temáticas gerenciais, desde a estrutura organizacional adequada ao espírito EdC até a aplicação concreta do princípio de subsidiariedade em nível empresarial; de formas de gestão que dão espaço (e “liberdade de palavra” aos colaboradores) ao clima de família que emergiu, especialmente em algumas empresas.
No próximo encontro, programado para 8 de junho de 2018, se falará ainda sobre estes assuntos e será outra grande oportunidade para ouvir os pontos de reflexão que nacerão de cada um e para dar espaço para o expor as experiências, na lógica do dom e da comunhão.